Comentário ao Evangelho do Dia – 25 de novembro

25/11 – 34º Domingo TC – Cristo Rei – B

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

O Evangelho de hoje nos fornece um surpreendente diálogo entre Pilatos e Jesus. Em meio ao processo movido contra Jesus para incriminá-lo, o evangelista João nos apresenta a narrativa do diálogo entre o representante do Império Romano e Jesus, um réu que foi trazido a ele para ser condenado.

Pilatos está intrigado com Jesus. Ele deseja conhecer quem é afinal esse tal de Jesus do qual ouviu falar tantas coisas. Agora Pilatos não está somente diante das opiniões sobre Jesus; está diante dele. Por isso ele pergunta: Tu és o rei dos judeus?

Jesus responde a essa pergunta com duas afirmações fundamentais.

“O meu reino não é deste mundo”. Jesus não é um rei como Pilatos imagina e está acostumado a ver. Jesus não pretende ocupar o trono de Israel nem disputar o poder imperial de Tibério. Jesus não pertence a esse sistema no qual se move o Império de Roma. Não se apoia na força das armas e dos exércitos. Pilatos entende a realeza como um poder que se impõe sobre as pessoas.

A segunda afirmação de Jesus não é menos importante: “eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade”. Jesus não tem necessidade de exércitos porque a sua realeza se fundamenta na verdade. Jesus exerce seu poder real sendo testemunha da verdade.

Parece que isso é pouco eficaz. O que vimos na última campanha política parece evidenciar que hoje em dia a conquista do poder depende mais das aparências do que dos argumentos. Mesmo que as eleições tenham ocorrido em clima de normalidade e de segurança, temos que reconhecer entristecidos que as campanhas não foram um bom exemplo de “testemunho da verdade”. É preocupante quando vemos que a estratégia de notícias falsas esteja cada vez mais sendo usada não só nas campanhas políticas, mas também em muitas outras campanhas: pela liberação do aborto, contra o Papa, contra a CNBB…

Jesus é o Rei, porque ele testemunha a verdade aqui neste mundo, não no céu! Prestemos atenção à afirmação: para isso eu nasci e vim a este mundo: para dar testemunho da verdade. O poder de Cristo se exerce neste mundo ao testemunhar a verdade. O seu poder não engana, nem manipula das consciências. Não se utiliza de estratégias de notícias falsas para semear o descrédito e o fanatismo. O seu poder se funda na verdade e no seu reconhecimento por parte de “quem é da verdade”.

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