Comentário ao Evangelho do Dia – 03 de janeiro

3 de janeiro – Quinta-feira antes da Epifania

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

O mistério do Natal é o mistério do encontro: Deus em pessoa veio ao nosso encontro, e esse encontro transforma a nossa vida. Ele desceu para a nossa humanidade a fim de que sejamos glorificados em Deus. Ele se fez homem para que participemos da natureza divina. Ele se tornou Filho do homem para que nós nos tornemos filhos de Deus.

É isso que proclama, com admiração, João na sua primeira epístola: Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! Por causa da vinda do Filho até nós, nós somos realmente filhos de Deus. A descida do Verbo tem como finalidade nossa adoção filial.

No Evangelho, João Batista dá testemunho: Eu vi e dou testemunho: Este é o Filho de Deus!

Jesus é o Filho. Somente ele agrada ao Pai. Somente Ele é amado pelo Pai. Essa nossa impotência em agradar ao Pai é também a nossa glória. Depois que recebemos o presente de amor do Pai, toda vez que Ele olha para nós, reconhece em nossos traços as feições do Filho dileto. Toda vez que clamamos, movidos pelo Espírito, Abbá-Pai, o Pai reconhece na nossa voz a voz do Filho amado. O Pai só ama o Filho e é exatamente por isso que o amor que Ele tem por nós é realmente amor do Pai pelo Filho. Somos filhos no Filho.

Nós recebemos no batismo, a filiação adotiva. Adoção no sentido real, não no senso jurídico. Entre os seres humanos, a adoção é um ato jurídico somente, porque a filiação é dada a uma natureza que é capaz de receber tal filiação humana. A natureza humana é capaz de receber filiação, herança, nome de família. Porque uma pessoa já existe, pode ser adotada.

Mas na adoção batismal, ocorre algo maravilhoso. A nossa natureza humana, sem ser violada ou destruída, é recriada para poder receber algo que por natureza não seria capaz de receber: a filiação divina. Nós somos tornados capazes de receber o presente maravilhoso de sermos filhos de Deus.

Por nossa adoção batismal nós já parecemos com o Pai, pois recebemos a semelhança do Filho. Mas devemos nos esforçar por afinar e crescer nessa semelhança. A semelhança já existe, e nada poderá destruí-la, mas essa semelhança pode ir crescendo.

Essa semelhança só será completa e só se manifestará totalmente quando Cristo glorioso se manifestar na parusia. Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é.

Agradeçamos de coração o grande presente de amor que o Pai nos deu: a semelhança com o Filho. Esforcemo-nos com esperança e com alegria em crescer nessa semelhança.

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