Comentário ao Evangelho – Sexta-feira 13/11/2020

Sexta-feira da 32ª Semana TC

Lc 17, 26-37


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O evangelho de hoje é continuação ao de ontem. Por isso é preciso recordar duas coisas importantes.

  1. Deus está sempre perto de nós.
  2. Os cristãos identificam a proximidade de Deus na morte e ressurreição de Jesus.

Com isso em mente, devemos entender o evangelho de hoje. Se Deus já está perto de nós e de modo definitivo em Jesus Cristo, é preciso prestar atenção nele para viver como Ele. Caso contrário seremos surpreendidos como os contemporâneos de Ló. Os afazeres da vida são sintetizados nos verbos: comer, beber, casar, comprar, vender, plantar, construir. Os principais afazeres da nossa vida consistem em ganhar o sustento (comer e beber), no cuidado da família (casar-se e se dar em casamento), na atividade econômica (comprar e vender), na atividade agrícola (plantar), na vida na cidade (construir). Essas atividades podem absorver a nossa vida de tal forma que nos faz perder o sentido de tudo isso. Não é mal cuidar do próprio sustento, da família, da economia e da cidadania. O problema é a distração, ou seja, se deixar tomar por essas atividades sem saber o motivo e o fim de tudo isso.

Ocupar-se das coisas deste mundo não deve nos impedir de cuidar das coisas do outro mundo. Ser responsável pela vida terrena não nos deve distrair de ser ainda mais responsáveis pela vida eterna.

O juízo de Deus não para nas aparências. Esse é o sentido da afirmação de Jesus: Eu vos digo: nessa noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado.

Um homem e uma mulher dormem na mesma cama, partilham um mesmo teto, cuidam da mesma família, tem os mesmos sonhos, estão envoltos nas mesmas alegria e canseiras. O juízo de Deus, porém, não fica nessas aparências: julga em profundidade, atinge o profundo da consciência, avalia a verdade das escolhas e por isso um é tomado e o outro deixado.

Duas mulheres e dois homens trabalham juntos, se cansam na mesma labuta, partilham as mesmas horas de trabalho. Parece que o destino deles será o mesmo, mas o julgamento de Deus vai até a profundidade da vontade e das intenções mais secretas, discrimina em base às verdadeiras razões do coração. Por isso um é tomado e outro deixado.

Deus não se ocupa das aparências, e, por isso, nós também não devemos nos contentar em parecer bons cristãos. Ficar só nas aparências não nos salvará, mesmo que possamos enganar as pessoas. Uma bela fachada pode iludir os outros, que só podem ver a exterioridade, mas não pode enganar Deus, que vê o coração. É inútil e insensato querer enganar Deus.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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