Comentário ao Evangelho – Segunda-feira 28/09/2020

Segunda-feira da 26ª semana TC

Lc 9, 46-50

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O Evangelho de hoje nos recorda as condições para uma verdadeira familiaridade com Jesus. A primeira condição para ter uma relação familiar com Jesus é a humildade, ou seja, não discutir nem ficar disputando com os outros em ser o maior. Essa disputa entre os discípulos era muito viva.

É verdade que a vontade de crescer e de atingir a excelência é algo natural e em si mesma não é má. Foi o Criador que colocou em nós o desejo de atingir a excelência. Mas é preciso buscar a verdadeira excelência. O Senhor não nos proíbe de buscá-la e até nos ensinou o caminho: “aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior”.

Jesus aprova o nosso desejo de nos tornar grandes e nos indica onde encontrar a verdadeira grandeza. Jesus nos mostra que estamos errados ao ficar nos comparando com os outros e ao querer nos tornar superiores a eles. A verdadeira grandeza não está em ser superior, mas em servir a todos. Servir e ser ignorado, desprezado e até perseguido é mais excelente do que prestar serviços e ser honrado e elogiado.

Jesus continua a ensinar o caminho da verdadeira grandeza quando nos diz que devemos acolher os pequenos. Não se trata somente de se tornar pequeno, mas de se colocar a serviço deles, ou seja, de nos tornar menor ainda do que os pequenos. Jesus mesmo praticou isso ao lavar os pés dos discípulos na última ceia. Lavando os pés, Jesus nos faz entrever o sentido de sua morte na cruz: Jesus se pôs aos nossos pés como um escravo e se humilhou até a morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou.

Se a nossa ideia de grandeza tem como modelo o exemplo de Jesus, a nossa fraternidade será autêntica e o Senhor estará no meio de nós na sua humildade e grandeza.

Além da humildade, o evangelho de hoje nos ensina a tolerância. O que significa tolerância para o cristão? Significa leniência com o mal e o pecado? É o mesmo que cumplicidade?

Jesus nos ensina a verdadeira tolerância. Ao ouvir que os discípulos proibiram uma pessoa de expulsar demônios porque não “anda com o grupo”, Jesus responde: “não o proibais de expulsar demônios”.

Não podemos pretender que, no seguimento de Jesus, todos tenham que caminhar do mesmo modo. Essa seria uma igualdade somente exterior, mas não fraternidade que respeita a vocação original de cada um. Jesus profere uma frase que precisa de boa interpretação: “quem não está contra vós, está a vosso favor”. Os discípulos devem ficar contentes em ver que há outros que seguem Jesus, mas não da mesma forma que eles. Portanto tolerância não é consentir com o mal, mas acolher formas diferentes de autêntico seguimento de Cristo.

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Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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