Comentário ao Evangelho do Dia – Sábado – Santo André

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

 

Mt 4,18-22

André nasceu em Betsaida (Jo 1,44) e vivia como pescador em Cafarnaum, no lago de Tiberíades (Mc 1,16). O seu ofício, porém, não impediu de seguir João Batista. O seu companheiro, João, narra a sua vocação com riqueza de detalhes. Quando João Batista indicou Jesus que passava com a afirmação: “Eis o cordeiro de Deus” (Jo 1,36), André e João ficaram interessados e ansiosos por conhecer o Messias. Eles começaram a seguir Jesus, e este, notando que os dois o seguiam, convidou os dois a permanecerem com Ele naquele dia. Esse encontro foi decisivo para André: ele acreditou em Jesus e conduziu a Ele o seu irmão, Pedro. André disse a Pedro: “encontramos o Messias” (Jo 1,41). André deixou então as redes e se colocou ao serviço total de Jesus.

Os episódios do evangelho que fazem menção direta a André não são muitos. Somente algumas vezes ele aparece explicitamente. Foi André quem apresentou a Jesus algumas pessoas que queriam vê-lo (Jo 12,20-23).

Quando Jesus, depois de ter discursado para uma grande multidão, perguntou a Felipe onde encontrariam pão para saciar a fome daquelas pessoas, André tomou a iniciativa de levar um rapaz que tinha cinco pães e dois peixes (Jo 6,8-9).

André, no monte das Oliveira, foi quem perguntou a Jesus sobre o fim do mundo (Mc 13,3).

Um antigo documento da Igreja (o Martirológio Ierosolimitano) recorda que André foi bispo de Patrasso na Acácia. Foi nessa cidade em que, quando já estava bastante idoso, André foi martirizado, no dia 30 de novembro, crucificado em uma cruz em X (conhecida como cruz de Santo André).

As palavras que Jesus ditas a André e a seu irmão Simão: “segui-me” são palavras usadas para definir o discipulado. Entre os judeus, o discípulo se formava no seguimento do mestre. A vida do discípulo se plasmava aceitando o jugo que o mestre lhe impunha. Assim há semelhanças entre o discipulado entre os judeus e o discipulado cristão. As semelhanças consistem nisto: entrar na escola de um mestre, viver com ele, aceitar os seus ensinamentos e renunciar a muitas coisas.

Mas as semelhanças entre discipulado judaico e cristão param por aí. Há também grandes diferenças.

  1. No discipulado judaico a iniciativa partia do aluno que queria se matricular em uma determinada escola. No discipulado cristão, a iniciativa é sempre de Cristo.
  2. Na escola dos judeus, os discípulos se tornavam discípulos na esperança de um dia deixar de ser discípulo para se tornar mestre de outros. O discipulado na escola de Cristo nunca passa: o discipulado é permanente.
  3. No discipulado judaico, a sorte do discípulo podia ser bem diferente da do seu mestre. No discipulado cristão, quem segue Jesus deve aceitar a sorte que lhe tocou: beber o cálice que ele bebeu.

O Apóstolo André é para nós um exemplo de desejo de conhecer Jesus, de seguir Jesus e de dedicação total até o fim.

 

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