A Palavra do Pastor: Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba

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Santa… Casa… Santuário. O hospital deve ser como um santuário.

Normalmente peregrinamos a um santuário porque naquele local podemos encontrar Deus. É verdade que Deus está em todo lugar: Ele é onipresente. Mas é verdade também que há lugares em que sua presença transparece com mais evidência do que outros. Às vezes, essa presença de Deus se deve à própria história bíblica: é o caso da Terra Santa e dos lugares Bíblicos. O monte Sinai, o Santo Sepulcro, a Capela da Natividade, o rio Jordão, a casa de São Pedro, só para citar uns poucos, são, por sua importância histórica, locais de peregrinação de multidões.

Há também os santuários que foram construídos por causa de aparições da Nossa Senhora: os santuários de Fátima, Lourdes, Guadalupe, Aparecida, são dedicados à Mãe de Deus, mas essa prevalência mariana não impede, antes favorece e torna ainda mais forte, a experiência da presença de Deus.

Não podemos deixar de reconhecer que a presença de Deus é muito buscada pelos fiéis nas igrejas e de modo especial na capela do Santíssimo, onde se conserva a reserva eucarística. Quem não já fez a experiência de estar diante de Deus, como aquele camponês que ficava horas diante do sacrário e que, perguntado pelo Santo Cura D’Ars sobre qual oração ele fazia, respondeu com simplicidade: “Eu olho para Ele, e Ele olha para mim”?

O nosso Hospital “Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba” é também um santuário. É um santuário diferente, pois ele foi construído para acolher os doentes. Trata-se de um santuário do sofrimento humano, ou melhor, um santuário para alívio do sofrimento. Como um Santuário, os seus “sacerdotes” dedicam profissionalismo e paciência, estão revestidos com os uniformes de amável compreensão para com os doentes e seus dramas.

Que sejam benditas essas pessoas que abrem as portas e o coração, como que dizendo: “Estamos aqui para isso!”. Sejam benditos todos os que trabalham nesse santuário da Santa Casa, pois ajudam a reencontrar a vontade de viver a tantos sofredores. Somente isso já é o suficiente para que sejam benditos pelos séculos, pois fazem santa a casa dedicada ao cuidado dos doentes.

Desejamos fazer da Santa Casa cada vez mais santa! Ou seja, que ela seja cada vez mais acolhedora, movimentada e frequentada pelos mais pobres e sofredores. Desejamos que a Santa Casa de Misericórdia seja um santuário que guarda e custodia a presença real de Jesus não só no sacrário, mas também nos enfermos que por ela passam ou permanecem nela.

No Santuário, os peregrinos se sentem transformados. Depois de ter peregrinado ao santuário muitos percebem que não são mais os mesmos. A mesma transformação desejamos que ocorra em todos os que passam pela Santa Casa de Misericórdia. Evidentemente esperamos primeiramente que os doentes fiquem curados, pois essa é a sua primeira finalidade. Mas não devemos, não queremos e não podemos nos limitar à cura física. Como num Santuário, as pessoas que passam pela Santa Casa têm a oportunidade de ver doentes com limitações graves, encontram outros pais, outros filhos e amigos, que passam por problemas semelhantes, e esse encontro fraterno pode ajudar a retornar a sorrir, de se comprometer com outros sofredores.

Outra característica do Santuário é a oração. Muitos reencontram no Santuário a prática da oração. Numa Santa Casa de Misericórdia, todos os dias encontramos pessoas que rezam ou voltam a rezar. A experiência do hospital pode nos conduzir a uma oração de simplicidade que se predispõe ao futuro, que confessa uma entrega e uma confiança, ainda que com trepidações, uma prece que se deixa pouco a pouco se educar e que faz intuir novos caminhos e ajuda a adivinhar necessidades e possibilidades. Posso testemunhar que rezar com os doentes me ajuda a encontrar conforto para o meu sentimento de impotência.

Agradeço o grupo “Amigos da Santa Casa”, formado recentemente para realizar o projeto “Empresa e Empresários Solidários”. Sou grato a tantos fiéis da nossa Arquidiocese pela participação na Coleta da Campanha da Fraternidade deste ano. Agradecer a todos os que contribuem para que a Santa Casa seja cada vez mais o que o seu nome indica: Santuário onde Jesus está presente nos doentes atendidos e nos profissionais que os atendem.

Por: Dom Julio Endi Akamine, SAC

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